Oi, ridentes, tudo bem?
Em primeiro lugar, quero agradecer a quem se inscreveu na newsletter e a quem está lendo e comentando (na plataforma, no Instagram, via e-mail ou pessoalmente). É o tipo de experiência que eu buscava: uma conexão ativa com quem está do outro lado do texto.
Ao mesmo tempo, eu acho bem engraçado estar começando algo (esta newsletter) tão no fim do ano. Eu geralmente sou do tipo de pessoa que encerra - e não começa - coisas nessa época. Estar fazendo diferente é um processo curioso.
O texto mais recente na minha coluna, aliás, girou exatamente em torno de encerramento de ano e retrospectivas - estou desde o começo do mês reavaliando a loucura que foi 2022. Olhar para trás é uma pequena subversão quando tudo urge que andemos em frente - e eu gosto de pequenas subversões.
Assim, sinto que foi um ano “condensado”, um dois em um. Apesar da sensação de os dias estarem passando rápido demais, quando tento pensar em algo que aconteceu no começo do ano - carnaval, por exemplo - parece que foi tudo há muito tempo. Não acho, porém, que seja pelo tempo em si. Mas é que aconteceu tanta coisa que, na fila das acontecências, o carnaval ficou lááá para trás.
Quando dizem que o tempo é relativo, também deve ser sobre isso que estão falando.
Mas também tem outra coisa que acredito que ajude nessa sensação de o ano ter sido especialmente longo: o cansaço. Na minha primeira coluna, publicada em abril, eu brincava com o palpite que eu tinha àquela altura de que 2022 seria o ano do cansaço. Pesavam a reabertura “pós”-COVID, a situação político-econômica do país, nossa cada vez maior imersão nos meios digitais (e seu constante sentido de urgência), enfim, todo um contexto que nos colocou em um estado de burnout coletivo e permanente.
Hoje, com dezembro já iniciado, eu sinto que acertei. O ano de 2022 foi realmente cansativo. Resta saber se este será O ano do cansaço ou UM ano do cansaço, seguido por outro(s) igualmente cansativo(s). Infelizmente, não acho esta segunda opção tão difícil de se concretizar, então acho que precisamos de mecanismos para não nos deixar exaurir.
É claro que começaremos 2023 com um pouco mais de otimismo do que tínhamos na entrada de 2022. Naquela ocasião, a COVID e a pandemia ainda eram fantasmas muito mais presentes. Além disso, havia toda uma ansiedade em torno do que viriam a ser as eleições. Passou esse momento e, apesar de um ou outro fanático que segue acampado na frente dos quartéis, as coisas parecem estar relativamente mais calmas. Isso dá mais energia e disposição para seguir em frente.
De todo modo, ainda é preciso formar nossa caixa de ferramentas contra o piripaque, porque ele é muito passível de acontecer.
Na minha, coloco amigos muito queridos, que pretendo manter próximos no ano que vem. Coloco também livros e músicas. E, em especial, coloco tempo offline.
Apesar de ser bastante conectada nas redes, eu tenho cada vez mais me permitido ao silêncio e à lentidão, e o que eu tenho percebido é que nada é assim tão urgente. A menos que você esteja na posição de salvar a vida de alguém, nada é tão urgente, porque a maior parte das coisas não está no nosso controle. Então, saber sobre elas agora ou amanhã não faz assim tanta diferença. Mas meu tempo offline, esse sim tem uma relação direta com meu humor, meu descanso, minha qualidade de vida. Então, me permito.
Voltando para minhas outras ferramentas da caixinha, aos amigos, só posso agradecer e tentar retribuir o bem que me fazem. Sobre os livros, na próxima newsletter (ou na seguinte) devo encaminhar minha lista de melhores leituras do ano, com pequenas resenhas - é meu modo de compartilhar as ferramentas que tenho. Já sobre as músicas, tenho que confessar que, como minha lista de mais ouvidas de 2022 do Spotify tem um pouco de guilty pleasure que eu não quero abrir para o público geral, fiz uma playlist com o que eu realmente gosto e recomendo para trazer para cá (que você pode ouvir aqui).
Espero que dezembro seja um bom mês de preparo da sua caixinha também.
Grande beijo,
Thays Pretti